terça-feira, 29 de novembro de 2011

Truvão e Chocolatão

Na manhã do último sábado, 26 de novembro, estivemos no Residencial Nova Chocolatão para dedicar-lhes um baque. Já tínhamos ido algumas vezes na antiga morada em 2007, 2008, na Vila Chocolatão. Ela ficava ao lado do prédio da Receita Federal e de mais alguns outros prédios públicos luxuosos, que serviam para deixar ainda mais explícita a desigualdade, infelizmente, tão entranhada em nossa sociedade.
Vila Chocolatão, 2008
Entre os moradores, havia os que defendiam a permanência no centro, pois lá longe, onde estão agora (Protásio Alves, 9099), não teriam como lutar pela sobrevivência, luta esta já tão difícil para eles ali, mas que lá ficaria ainda pior. Eles trabalhavam, basicamente, com a coleta de lixo do centro da cidade. A remoção, para estes, seria apenas jogar a sujeira para debaixo do tapete, significaria uma maior exclusão social.

Ciranda na Chocolatão, 2008

A história do crescimento das grandes cidades brasileiras, empurrando sempre e de qualquer maneira as classes sociais menos favorecidas para as periferias, nos permite acreditar que entre as pessoas que defendiam a remoção havia aquelas que mais queriam se livrar do incômodo de ver a realidade diante de seus olhos, ou, com algum interesse imobilário, valorizar a região economicamente, pouco se importando para onde e como iriam aquelas pessoas. Mas também, e aí se enquadram muitos moradores da vila, existiam, e existem aqueles que lutaram e que lutam para que a mudança fosse uma oportunidade de inclusão social.

Residencial Nova Chocolatão, 2011
A diferença da antiga morada para a atual é gritante aos olhos. Os pés antes estavam no barro, em meio ao lixo. Hoje, a rua é pavimentada. Mas não podemos nos encantar apenas com isto. Sabemos que não é suficiente, a inclusão não está completa. Educação, saúde e todos aqueles pontos que nos soam como blábláblá de político querendo voto são indispensáveis para a cidadania. Há um longo percurso pela frente. Ainda é muito cedo para medir o impacto da exclusão geográfica e dos planos de inclusão propostos aos moradores.

Toca o abê!
- Colocaremos todas essas fotos na internet, pessoal!
- Mas tio, o que é isso?
- Sabe, no computador...
- Não temos como ver.

Esse é o Léo. Dançou, fotografou, cantou e tocou alfaia. "Já conheço essas músicas"

Desejamos muitas conquistas na nova morada e um abraço especial ao Seu Luís! Os bombos do Truvão estarão sempre a disposição.
(mais fotos em breve no facebook do Truvão)

Léo da Chocolatão fotografando o exibido John do Truvão
Toque o tambor
Uma sombrinha para quem sobreviveu ao Sol!

Fotos: Clareana Kunzler, Ivânia Kunzler, Ismael Oliveira e Leonardo.

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