O “Maracatu Truvão” completará 10 anos de história em
setembro de 2014. Para comemorar, o grupo porto-alegrense realizará dez
atividades gratuitas e itinerantes, passando pelos bairros Restinga, Mário
Quintana e Centro, em Porto Alegre, além de circular pelas cidades de Osório,
Alvorada e São Leopoldo.
Entre as atividades estão oficinas e apresentações, que
acontecerão entre os meses de agosto e dezembro. Todas as ações possuem entrada
franca. O projeto é financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura do governo do Rio
Grande do Sul (FAC-RS).
Sobre o grupo
O “Maracatu Truvão” é
formado por um grupo de pessoas unidas pela vontade de tocar e dançar o
maracatu e pela admiração e respeito às culturas populares e aos seus
protagonistas. Sua atividade básica é aprender essa tradição diretamente com
aqueles que a mantém, os mestres e batuqueiros das Nações de Maracatu
pernambucanas, e difundi-la através de apresentações regulares e de oficinas.
Os encontros com os "maracatuzeiros" pernambucanos
ocorrem tanto em Pernambuco, principalmente durante o período carnavalesco,
quando integrantes do grupo porto-alegrense juntam-se às atividades das Nações,
quanto em solo gaúcho, em encontros produzidos e realizados pelo "Maracatu
Truvão".
É parte da história do grupo além do estudo histórico, do
estudo musical, da prática artística e de ensino do maracatu, a promoção do
diálogo cultural entre os estados.
Em números, o "Maracatu Truvão" firmou seu baque
em 231 apresentações realizadas em centros culturais, em praças, das quais se
destacam 96 delas no Instituto Cultural Afro-Sul Odomodê e 57 no parque da
Redenção, dois dos locais mais recorrentes, além de inúmeros ensaios e oficinas
ministradas, contribuindo com a difusão democrática de uma cultura popular.
O que é maracatu?
O Maracatu-Nação, também conhecido por Maracatu de Baque
Virado, é uma manifestação cultural genuinamente brasileira resultante da soma
de contribuições de diversas outras manifestações seculares, entre as quais a
mais conhecida é a festa de coroação de Rei do Congo, que encontra registros em
diversas regiões da América Latina. Em seu sincretismo religioso, as Nações
costumavam realizar rituais de coroação na Igreja do Rosário dos Homens
Pretos, quando, após a cerimônia, os
integrantes do cortejo, vestidos em trajes de gala, percorriam as ruas da cidade.
Em Recife, com a abolição da escravatura, o desfile dos cortejos desligou-se
das comemorações litúrgicas da Igreja Católica e os maracatus passaram a
integrar os festejos carnavalescos, ainda representados por um cortejo real,
acompanhado de uma orquestra percussiva. Em um progressivo processo de
afirmação da identidade negra do maracatu ao longo do século XX, além de
louvores à nossa Senhora do Rosário, as Nações passaram a assumir e a
representar a sua fé nos orixás.
Sobre as atividades
A comemoração dos 10 anos se dará principalmente em forma de
apresentações gratuitas do grupo. Em Porto Alegre, as atividades ocorrerão nos
bairros Restinga, Mário Quintana e Centro. Na cidade de Osório, o “Truvão” se
unirá ao Maçambique de Osório durante a festa de Nossa Senhora do Rosário e, em
São Leopoldo, realizará uma apresentação a alunos de uma escola pública.
Por último, em Alvorada, o “Truvão” levará uma oficina para
a ONG Nação Periférica, com a presença de um mestre de Recife. Essa atividade
permite a capacitação e formação de educadores e pessoas ligadas a diferentes
práticas culturais e também promove a experimentação de alunos iniciantes.
Destaca-se o fato de que as atividades estão sendo levadas a
grupos e locais com os quais o “Maracatu Truvão” já tem uma história prévia
e/ou que desenvolvem trabalhos de pesquisa do maracatu.
Deste modo, o projeto fortalece o diálogo cultural
estabelecido nos 10 anos de existência do grupo, através da valorização dos
envolvidos, mostrando posição ativa de defesa e promoção das diversas formas de
nossa cultura.
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