sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Atividades de 10 anos do Maracatu Truvão



O “Maracatu Truvão” completará 10 anos de história em setembro de 2014. Para comemorar, o grupo porto-alegrense realizará dez atividades gratuitas e itinerantes, passando pelos bairros Restinga, Mário Quintana e Centro, em Porto Alegre, além de circular pelas cidades de Osório, Alvorada e São Leopoldo.
Entre as atividades estão oficinas e apresentações, que acontecerão entre os meses de agosto e dezembro. Todas as ações possuem entrada franca. O projeto é financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura do governo do Rio Grande do Sul (FAC-RS).

Sobre o grupo

O “Maracatu Truvão”  é formado por um grupo de pessoas unidas pela vontade de tocar e dançar o maracatu e pela admiração e respeito às culturas populares e aos seus protagonistas. Sua atividade básica é aprender essa tradição diretamente com aqueles que a mantém, os mestres e batuqueiros das Nações de Maracatu pernambucanas, e difundi-la através de apresentações regulares e de oficinas.
Os encontros com os "maracatuzeiros" pernambucanos ocorrem tanto em Pernambuco, principalmente durante o período carnavalesco, quando integrantes do grupo porto-alegrense juntam-se às atividades das Nações, quanto em solo gaúcho, em encontros produzidos e realizados pelo "Maracatu Truvão".
É parte da história do grupo além do estudo histórico, do estudo musical, da prática artística e de ensino do maracatu, a promoção do diálogo cultural entre os estados.
Em números, o "Maracatu Truvão" firmou seu baque em 231 apresentações realizadas em centros culturais, em praças, das quais se destacam 96 delas no Instituto Cultural Afro-Sul Odomodê e 57 no parque da Redenção, dois dos locais mais recorrentes, além de inúmeros ensaios e oficinas ministradas, contribuindo com a difusão democrática de uma cultura popular.

O que é maracatu?

O Maracatu-Nação, também conhecido por Maracatu de Baque Virado, é uma manifestação cultural genuinamente brasileira resultante da soma de contribuições de diversas outras manifestações seculares, entre as quais a mais conhecida é a festa de coroação de Rei do Congo, que encontra registros em diversas regiões da América Latina. Em seu sincretismo religioso, as Nações costumavam realizar rituais de coroação na Igreja do Rosário dos Homens Pretos,  quando, após a cerimônia, os integrantes do cortejo, vestidos em trajes de gala, percorriam as ruas da cidade. Em Recife, com a abolição da escravatura, o desfile dos cortejos desligou-se das comemorações litúrgicas da Igreja Católica e os maracatus passaram a integrar os festejos carnavalescos, ainda representados por um cortejo real, acompanhado de uma orquestra percussiva. Em um progressivo processo de afirmação da identidade negra do maracatu ao longo do século XX, além de louvores à nossa Senhora do Rosário, as Nações passaram a assumir e a representar a sua fé nos orixás.

Sobre as atividades

A comemoração dos 10 anos se dará principalmente em forma de apresentações gratuitas do grupo. Em Porto Alegre, as atividades ocorrerão nos bairros Restinga, Mário Quintana e Centro. Na cidade de Osório, o “Truvão” se unirá ao Maçambique de Osório durante a festa de Nossa Senhora do Rosário e, em São Leopoldo, realizará uma apresentação a alunos de uma escola pública.
Por último, em Alvorada, o “Truvão” levará uma oficina para a ONG Nação Periférica, com a presença de um mestre de Recife. Essa atividade permite a capacitação e formação de educadores e pessoas ligadas a diferentes práticas culturais e também promove a experimentação de alunos iniciantes.
Destaca-se o fato de que as atividades estão sendo levadas a grupos e locais com os quais o “Maracatu Truvão” já tem uma história prévia e/ou que desenvolvem trabalhos de pesquisa do maracatu.

Deste modo, o projeto fortalece o diálogo cultural estabelecido nos 10 anos de existência do grupo, através da valorização dos envolvidos, mostrando posição ativa de defesa e promoção das diversas formas de nossa cultura.

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